quarta-feira, 22 de abril de 2009

GOG na Ceilândia 2.

Combinadíssimo: GOG confirmou presença na Casa Brasil Ceilândia, local de surgimento de nosso primeiro núcleo de base. Sua tarefa, como já explicado, será discutir com a galera do cursinho comunitário sua visão de mundo, sua trajetória de vida, dialogando isso com a visão comum, com os pontos em que encontramos interseção com a vida de quem está na Ceilândia. Como também já dissemos, nossa tarefa será pensar a Ceilândia e pensar o mundo, para que possamos agir sobre ele e modificá-lo a nosso favor, através da ação de base.

Confirmando: no dia 25/4 GOG estará na Ceilândia, na CNN 01 - Bloco E, Ceilândia Centro, na Casa Brasil Ceilândia às 14h30.

Após a visita de GOG, publicaremos o que foi discutido com ele, aqui no blog. Compareçam, discutam e, depois, fiquem de olho!

Um comentário:

  1. Tô vendo tudo, tô vendo tudo
    Mas fico calado, faz de conta que sou mudo

    Um país que crianças elimina
    Que não ouve o clamor dos esquecidos
    Onde nunca os humildes são ouvidos
    E uma elite sem Deus é quem domina
    Que permite um estupro em cada esquina
    E a certeza da dúvida infeliz
    Onde quem tem razão baixa serviz
    E massacram-se o negro e a mulher
    Pode ser o país de quem quiser
    Mas não é com certeza o meu país

    Um país onde as leis são descartáveis
    Por ausência de códigos corretos
    Com quarenta milhões de analfabetos
    E maior multidão de miseráveis
    Um país onde os homens confiáveis
    Não têm voz, não têm lei nem diretriz

    Mas corruptos têm voz e vez e biz
    E o respaldo de estímulo em comum
    Pode ser o país de qualquer um
    Mas não é com certeza o meu país

    Um país que perdeu a identidade
    Sepultou o idioma português
    Aprendeu a falar pornofonês
    Aderindo a global vulgaridade
    Um país que não tem capacidade
    De saber o que pensa e o que diz
    E não pode esconder a cicatriz
    De um povo de bem, que vive mal
    Pode ser o país do carnaval
    Mas não é com certeza o meu país


    Um país que seus índios discrimina
    E a ciência e as artes não respeita
    Um país que ainda morre de maleita
    Por atraso geral da medicina
    O país onde a escola não ensina
    E hospital não dispõe de Raio-X
    Onde a gente dos morros é feliz
    Se tem água de chuva e luz do Sol
    Pode ser o país do futebol
    Mas não é com certeza o meu país

    Tô vendo tudo, tô vendo tudo
    Mas fico calado, faz de conta que sou mudo

    Um país que é doente e não se cura,
    quer ficar sempre no terceiro mundo
    Que do poço fatal chegou ao fundo,
    sem saber emergir da noite escura.
    Um país que engoliu a compostura,
    atendendo a políticos sutis,
    que dividem o Brasil em mil "Brasis",
    pra melhor assaltar de ponta-a-ponta,
    pode ser um país do faz-de-conta,
    mas não é, com certeza, o Meu País.
    Tô vendo tudo, tô vendo tudo
    Mas fico calado, faz de conta que sou mudo

    Tô vendo tudo, tô vendo tudo
    Mas fico calado, faz de conta que sou mudo
    Calado..calado...mas tô vendo tudo





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    esta estrófe não foi cantada

    Um país que dizima sua flora
    Festejando o avanço do deserto
    Pois não salva o riacho descoberto
    Que no leito precário estertora
    Um país que cantou e hoje chora
    Pelo bico do último concriz
    Que florestas destrói pela raiz
    E o grileiro de porre entrega o chão
    Pode ser que ainda seja uma nação
    Mas não é com certeza o meu país.

    By friend of: Frederico

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